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Portal de entrada do Forte da Lage. |
Nessa postagem vai a dica de um passeio pouco convencional, que é a remada ao Forte da Lage (Aqui cabe uma observação: apesar de a escrita correta ser "laje", nesta postagem faço uso da palavra "lage" apenas em respeito à denominação da fortificação, constante no portal de entrada da mesma - foto acima), uma fortificação construída no meio da saída da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro/RJ, a aproximadamente 2,5Km da Praia da Urca (nosso ponto de partida).
Rota em vermelho, com partida da Praia da Urca e destino para o Forte da Lage (2,5Km). |
Praticamente, a história deste roteiro tem início entre o final de agosto e início de setembro de 2009, quando Marcia Moura, guia do Clube Excursionista Light (CEL), incluiu esta prancheta no site do clube. Independente de maiores informações, a prancheta nada convencional rapidamente atingiu o número de participantes previstos.
Apesar da programação ter sido coordenada pela guia do CEL, quem guiou a remada foram integrantes do Clube Carioca de Canoagem (http://www.clubecariocadecanoagem.com.br/), que têm grande prática nesta atividade.
Nossa primeira tentativa de remada até o Forte foi frustrada, em razão das más condições do mar na data prevista para a empreitada.
A remada só foi possível na semana seguinte à primeira tentativa, ou seja, dia 19/09/2009. Neste dia, ao chegarmos na Praia da Urca antes das 08:00Hs, encontramos um dia nublado, mas com pouco vento, razão pela qual o mar estava extremamente calmo.
Com um pouco de atraso, iniciamos a nossa remada divididos em 11 caiaques. Por questões de segurança, seguimos todos agrupados, margeando a orla da Urca até chegarmos à altura do Forte São João, ponto a partir do qual nós passamos a remar entre a Baía de Guanabara, à nossa esquerda, e o mar aberto, à nossa direita.
Após pouco mais de uma hora remando, finalmente chegamos à laje na qual está construída a fortificação. Foi aí que começaram os momentos mais curiosos deste dia. Em primeiro lugar, os caiaques não puderam ficar amarrados próximos à laje, porque corriam o risco de serem danificados pela rocha por causa do movimento das ondas. Então, para amarrá-los, tivemos que laçar, ainda sentados nos caiaques, um pier que se projeta para cima da Baía de Guanabara a uma altura de 2,5 metros. Depois disso, não houve outro jeito de subir no Forte, a não ser nadando do local onde os caiques foram amarrados até uma escada encravada na rocha. A descida do caiaque, para quem não tem hábito, se resume à certeza de que ele vai virar e de que você terá que se controlar para não se desesperar nesse momento. Conosco foi assim. Quase todos viraram com os caiaques no momento do desembraque. A escada de acesso merece comentários à parte, pois, com a maré baixa, o primeiro degrau estava um tanto alto, sendo necessária uma pequena "escalada" para alcançá-lo.
Ultrapassados esses pequenos obstáculos, tivemos acesso ao Forte, tanto à parte externa quanto à interna.
Apesar de muito degradado pela ação do tempo e, especialmente pela oxidação causada pela água salgada, o Forte da Lage é um excelente local para visitação, pois é possível admirar alguns pontos turísticos (Pão de Açúcar, Fortaleza de Santa Cruz e Forte São João) através de uma perspectiva diferente (outras fotos no link http://picasaweb.google.com.br/108300806397402382091/ForteDaLage#).
Após fazermos uma breve exploração do local, tirarmos nossas fotos e fazermos um lanche para repor a energia, reiniciamos a nossa remada de volta para a Praia da Urca, onde encerramos a nossa prancheta com a certeza de que fizemos algo simplesmente incomum para a maioria das pessoa, apesar da proximidade do Forte com as cidades de Niterói e do Rio de Janeiro.
Caso você tenha interesse em fazer este passeio, vão algumas dicas:
- Sempre contrate um guia especializado em canoagem que conheça a região. Vale ressaltar que esta é a forma mais segura de fazer este passeio, pois a saída da Baía de Guanabara concentra fortes correntezas que não devem ser enfrentadas sem a ajuda de alguém que tenha muita prática;
- Nunca deixe de usar colete salva-vidas, mesmo que você saiba nadar bem. Além de ajudá-lo a flutuar caso o caiaque vire, ele serve ainda para ajudar que outras embarcações maiores e mais rápidas o visualizem com mais facilidade. Não custa lembrar que o trecho entre o Forte da Lage e o Forte São João, nos fins-de-semana e feriados, é muito utilizado como passagem de lanchas que entram e saem da Baía de Guanabara com velocidades relativamente altas e que podem ter dificuldade para enxergar um caiaque, que além de pequeno, muitas vezes chega a desaparecer em meio às ondulações sempre presentes na região, mesmo em dias de mar calmo;
- Ao longo da remada, com certeza, você irá se molhar. Por essa razão, todos os seus documentos, alimentos e equipamentos devem estar protegidos em bolsas ou caixas-estanques. Uma boa alternativa para quem usa whey protein é utilizar um pote deste tipo de suplemento alimentar como caixa-estanque;
- Se você fizer o passeio decidido a visitar o Forte, e não apenas remar até lá, aconselho que vá calçado com uma sandália do tipo papete ou um tênis velho, pois a escada de acesso ao Forte é incrustada de cracas, que geram cortes que normalmente acabam inflamando e deixando cicatrizes;
- Considerando o mau estado de consevação do Forte, vale a recomendação de que, antes de acessar a parte interna do forte ou a superior, sejam verificadas as condições das escadas de acesso e das demais estruturas. Na ocasião em que estivemos no Forte, a escada que dá acesso à parte superior já estava bem comprometida e a estávamos utilizando com apenas uma pessoa por vez.
- Se for visitar a parte interna, não se esqueça de levar lanterna, pois lá dentro a escuridão é total, já que não há janelas no Forte.
- Verifique previamente a previsão do mar. Se houver possibilidade de ressaca, não faça o passeio. O Forte da Lage, nessa condições, é atigido por ondas grandes. Em abril de 2010 foram registradas ondas de 4 metros na região, como foi noticiado no Fantástico e no site Rico Surf! (http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1565612-15605,00-SURFISTAS%20APROVEITAM%20RESSACA%20COM%20ONDAS%20ENORMES%20NO%20RIO.html / http://ricosurf.globo.com/NoticiasRicosurf2.asp?id=11831)
De resto, fica o desejo de um bom passeio, caso resolva fazê-lo algum dia.
Abs para todos e até a próxima!
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