segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Notícias - Onça Parda flagrada no PARNASO - Teresópolis/RJ - 13/11/2010

A onça parda flagrada por armadilha fotográfica (Fonte: PARNASO)
Apesar de antiga, a notícia de 13 de novembro deste ano merece ser divulgada em razão da sua relevância.
Em razão do projeto de inventário de mamíferos do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), pesquisadores, com o uso de armadilhas fotográficas, flagraram uma onça parda - também conhecida como suçuarana - nas proximidades da sede da unidade de conservação em Teresópolis/RJ.
Sem dúvida, uma boa notícia.
Apesar de eu não ser biólogo, parece que isto é um indicador de que o parque  deve estar em equilíbrio, pois está dando suporte à manutenção da vida de predadores de grande porte (uma onça parda macho pode chegar aos 100 kg).
Contudo, ainda não foi possível comprovar o que se tem como um dos principais objetivos do inventário de mamíferos do PARNASO: a confirmação da presença de onças pintadas nos limites do parque, já que há relatos nesse sentido e, em 2008, foram encontrados rastros  provavelmente deixados por essa espécie.
Agora, é torcer para que o trabalho prossiga com êxitos como o mencionado nesta postagem.
Reportagem completa no site oficial do PARNASO, através do linkwww4.icmbio.gov.br/parnaso/index.php?id_menu=3&id_arq=249.
Abs para todos e até a próxima!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Corrida de Rua - Meia-Maratona Faz um 21 - Niterói - 28/11/2010

Eu e meu irmão iniciando a descida do MAC, em direção à Praia das Flexas.
 No dia 28/11/2010, às 08:21Hs, na Praça da Concha Acústica de Niterói, conforme programado, teve início a "Meia-Maratona Faz um 21", corrida para duplas na qual cada um dos corredores, simultaneamente, percorreu 10,5 Km até a Estação dos Catamarãs de Charitas (ver postagem do dia 10/11/2010).
Como era de se esperar, o clima típico desta época do ano trouxe consigo uma grande vantagem e uma pequena desvantagem: o dia ensolarado de verão fez com que a corrida fosse um belo espetáculo ao longo da orla de Niterói, ocupando parcialmente as vias do Gragoatá, Boa Viagem e das Praias das Flexas, de Icaraí, de São Francisco e de Charitas; em contrapartida, este mesmo sol que abrilhantou o evento, também castigou os participantes com um calor intenso ao longo que quase todo o trajeto, que tem poucos trechos sobreados.
Em se tratando da beleza da paisagem, acredito que, para muitos, o ponto mais bonito  do trajeto foi também o mais pesado: a subida da Praia da Boa Viagem até o MAC - Museu de Arte Contemporânea. E aqui não apenas por questões de preparo físico, mas também psicológicas, afinal, do MAC, é possível avistar a Estação de Catamarãs de Charitas a 8 Km.
Não poderia, também, deixar de mencionar que a organização foi outro ponto alto do evento. Todos os kits e chips para a corrida foram entregues de forma organizada, e sem demora, os postos de hidração estavam bem distribuídos ao longo dos 10,5 Km do percurso e pouco tempo após a chegada recebi, via SMS, a informação dos meus tempos bruto e líquido.
Agora, sabe qual o principal resultado desta corrida em um trajeto tão diferente? Disposição para treino para outra corrida "um pouco" mais longa e igualmente diferenciada, e que tem data prevista para o dia 17/04/2011: A Meia Maratona Niterói - Rio de Janeiro, que terá 13 de seus 21 Km sobre a ponte Rio-Niterói!
Como a última prova desta ocorreu na década de 80, fica a dúvida quanto ao tempo que levará para se repetir após esta que está prevista para 2011.
Ou seja, é melhor apertar o ritmo de treinamento para não perder esta grande oportunidade!
Feito este relato e dada a notícia, espero que nos encontremos em abril, ao longo dos 21km que ligam a Av. Ernani do Amaral Peixoto, em Niterói, e o Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, Rio.
Abs para todos e até a próxima.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Notícias - Inauguração do Abrigo dos Castelos do Açu no PARNASO - 04/12/2010

Agora é oficial: Dia 04 de dezembro entra em operação o Abrigo dos Castelos do Açu, dentro do Parque Nacional da Serras dos Órgãos (PARNASO).
Com ele, são dois abrigos dando suporte aos montanhista que fazem a travessia Petrópolis-Teresópolis (o outro é o Abrigo 4, na Pedra do Sino), permitindo a realização de uma caminhada com bem menos peso, pois, da mesma forma que ocorre com o Abrigo 4, o novo abrigo dispõe de cozinha equipada, banheiro e beliches.
Maiores informações podem ser obtidas no site do PARNASO, através do link www4.icmbio.gov.br/parnaso/index.php?id_menu=3&id_arq=250.
Abs e até a próxima!

Voluntariado - Reflorestamento do Parque Estadual do Grajaú - Rio de Janeiro/RJ - 20/11/2010

A área do reflorestamento já preparada para receber as novas mudas. As pessoas de camisa branca com o emblema de reflorestamento foram as responsáveis pela preparação do terreno e fazem a manutenção regular da área.
 Acredito que todos que praticam alguma atividade em contato com a natureza têm sempre em mente o ditado que afirma que "não se mata nada, a não ser o tempo; não se leva nada, a não ser fotos; não se deixa nada, a não ser pegadas".
Porém, só isso não é suficiente para evitar danos ao meio ambiente.
O ditado acima prega o mínimo impacto, mas, por menor que seja, ele sempre está presente.
Afinal, em qualquer caminhada ou escalada, como afirma o próprio ditado, deixamos pegadas!
Essas pegadas são inevitáveis e, invariavelmente, geram erosão nas trilhas (quantas vezes não percorremos trilhas rebaixadas quase à altura dos joelhos em relação ao resto do terrenos ou com várias ramificações desnecessárias que se encontram poucos metros mais a frente?).
Foto área extraída do Google Earth demonstrando várias ramificações da trilha entre os campings da Tronqueira e do Terreirão, no Parque Nacional da Serra do Caparaó.
 Então, devemos buscar alternativas para compensar estes danos, e as atividades de reflorestamente ou de manutenção de trilhas são boas opções para isso.
Pensando nisso, no feriado do dia 20 de novembro deste ano, o Clube Excursionista Light (CEL) efetuou atividade de reflorestamento no Parque Estadual do Grajaú, com o replantio de 30 mudas de árvores nativas.
Uma das mudas que plantei (foto: Renato Moura).
 O parque, em razão de gestão compatilhada, está sendo paulatinamente reflorestado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, em parceria com moradores de comunidades estabelecidas em seus arredores.
O trabalho tem apresentado bons resultados, principalmente, acredito eu, eu razão do envolvimento da população local.
Normalmente, este tipo de trabalho é pesado, mas, como nesta ocasião contamos com a ajuda dos moradores da comunidade Nova Divinéia, já envolvidos no reflorestamento do paque a um bom tempo como já mencionado, chegamos já com as covas das mudas prontas e adubadas, necessitando apenas do plantio e irrigação delas.
Como os dias seguintes foram chuvosos, acredito que tenha havido êxito em mais este trecho do reflorestamento, compensando a natureza por nossas "pegadas" deixadas durante as caminhadas.
Feito este breve relato, cumpre a mim fazer um pedido a todos: sempre que possível, participem de atividades semelhantes, entrando em contato com as administrações das unidades de conservação ambiental e oferencendo ajuda para  reflorestamento ou manutenção das trilhas, pois o número de funcionários disponíveis nunca é suficiente para cobrir áreas tão grandes.
A esse respeito, sempre que eu tiver notícias de outros mutirões de reflorestamento ou de manutenção de trilhas, farei a postagem no blog.
Uma outra opção para quem tiver interesse neste tipo de voluntariado pode ser encontrada no site do programa "Acesso às Montanhas" (www.acessoasmontanhas.org), pelo qual o interessado pode se cadastrar e receber avisos a respeito das atividades agendadas.
Outras fotos do reflorestamento mencionado nesta postagem podem ser encontradas no site do CEL, através do seguinte link: http://www.celight.org.br/ondeestivemosfotos.php?ID_Materia=57.
Abs para todos e até a próxima!

domingo, 14 de novembro de 2010

Caminhadas - Serra do Caparaó - Minas Gerais e Espírito Santo - 24/04/2010


O Pico da Bandeira visto a partir do Pico do Calçado.
No início de março deste ano, um amigo do Clube Excursionista Light divulgou em nossa lista um convite para uma caminhada a ser feita no Parque Nacional da Serra do Caparaó, situado na divisa entre os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.
A caminhada, classificada como pesada, foi denominada "Circuito dos Picos do Cristal, Calçado e Bandeira" e, em razão do feriado de São Jorge no Estado do Rio de Janeiro, agendou-se a partida do Rio para o município de Alto Caparaó/MG no dia 23 de abril (sexta-feira), onde faríamos um pernoite antes da caminhada.
Em razão da distância e por ser um feriado no Rio, acabou que apenas meu amigo que fez o convite e eu mantivemos interesse pela caminhada.
O mês de março foi gasto na preparação da caminhada, e os sites http://www.altocaparao.mg.gov.br/ (site oficial do município de Alto Caparaó) e www4.icmbio.gov.br/parna_caparao (site oficial do Parque Nacional da Serra do Caparáo) foram fundamentais para o êxito desta etapa.
Chegamos a pensar em fazer pernoite em um dos dois campings existentes dentro da parte mineira do Parque Nacional (Tronqueira ou Terreirão), mas a hipótese foi logo descartada em razão do horário previsto para a chegada em Alto Caparaó e também para evitar excesso de carga nas mochilas por conta da distância e do esforço da caminhada no dia seguinte, com previsão de 10 horas de duração. 
Como agendado, saímos do Rio de Janeiro por volta das 13:00Hs e chegamos a Alto Caparaó por volta das 21:00Hs.
Depois de oito horas na estrada, e como ainda era necessário ajustar o GPS e revisar o material a ser levado para a caminhada, decidimos não perder muito tempo pela cidade. Por isso, comemos uns salgadinhos em uma lanchonete e fomos logo para a Pousada do Rui (http://www.pousadadorui.com.br/), que foi por nós escolhida por dispor de boa estrutura, bom preço para o pernoite e flexibilidade no horário do início do café da manhã.
Acordamos cedo para um café reforçado.
Às 08:00Hs estacionamos o carro no nosso ponto de partida - o camping da Tronqueira, a 1.970 m de altitude - de onde se pode apreciar a vista da cidade de Alto Caparaó (foto abaixo).
Alto Caparaó visto a partir do camping da Tronqueira.
De lá, partimos em direção ao camping do Terreirão, a 2.370 metros de altitude. Até este ponto a caminhada de aproximadamente 3,3Km é bem fácil e a trilha bem demarcada. Para os que vão acampar no Terreirão e não desejam o desconforto de tranportar nas costas o peso de todo o equipamento necessário, pode-se optar pela contratação do serviço de mulas, que fazem a ligação entre este camping e o da Tronqueira.
A partir do Terreirão, iniciamos o circuito propriamente dito partindo em direção ao Pico do Cristal, em seguida para o Pico do Calçado e, por fim, para o Pico da Bandeira, para, de lá, retornar ao ponto de partida, ou seja, a Tronqueira (imagem do circuito abaixo).
O circuito foi realizado em sentido anti-horário, ao contrário do que habitualmente se faz, que é caminhar a partir do Pico da Bandeira até o Pico do Calçado, retornando pelo mesmo caminho.
Ou seja, seguimos um caminho diferente do tradicional, e por isso tomamos a liberdade de dar o nome de "circuito" para esta caminhada. Geralmente os caminhantes que fazem estes três picos no mesmo dia, ao partirem do Terreirão, seguem para o Pico da Bandeira, depois para o do Calçado e, por último, seguem para o do Cristal, retornando pelo mesmo trajeto que os levou a este último pico.
No nosso caso, passamos por cada um destes picos uma única vez.
Ao sairmos do Terreirão, seguimos uma trilha localizada em frente à Casa de Pedra, descendo pela encosta, quase em direção à nascente do Rio Caparaó, como forma de acessar a face noroeste do Pico do Cristal.
Neste trecho da caminhada, acreditávamos que a nossa maior dificuldade seria o desnível acumulado, pois tivemos que descer bastante até o vale do Rio Caparaó para retormar a subida até o cume do Pico do Cristal (foto abaixo).

O Pico do Cristal, ao fundo, com a face noroeste ao lado direito. Parece uma subida sem fim...
Porém, após apenas alguns minutos de caminhada a partir do Terreirão, percebemos que teríamos uma dificuldade não esperada: a vegetação! Ela simplesmente começou a tomar a trilha, já que é pouco usada. Por se tratar de vegetação arbustiva, que muitas vezes ultrapassa pouco mais de dois metros de altura, só nos restaram duas alternativas: ora rastejar nos trechos em que víamos que a trilha prosseguia por baixo da vegetação, ora voltar a abrir caminho com pernas e braços nos momentos em que a trilha simplesmente desaparecia.
Ambas as alternativas geraram dois resultados óbvios: o primeiro, uma série da arranhões nos braços e no pescoço, e o segundo, um grande atraso na caminhada.
O obstáculo da vegetação apenas deixou de existir após já termos avançado bem na subida do Pico do Cristal, quando a vegetação passa de arbustiva para uma vegetação já bem mais rareifeita, com especial destaque para as Açucenas que brotam aos montes na parte alta deste pico (foto abaixo).
Açucena na subida do Pico do Cristal.
Com tudo isso, chegamos ao cume do Pico do Cristal, a 2.798 metros de altitude, por volta das 14:00Hs.
Ouso afirmar que, apesar do Pico da Bandeira ser o mais conhecido dos três picos visitados, o Pico do Cristal é de longe o mais bonito.
Após uma breve parada para as fotos e para um lanche um pouco mais reforçado, iniciamos a descida do Pico do Cristal pela sua face leste, iniciando assim a caminhada pela trilha habitualmente utilizada pela grande maioria dos excursionistas.
Confesso que esta descida é consideravemente arriscada em razão do seu acentuado grau de inclinação, o que a torna bem exposta (foto abaixo), exigindo bastante cuidado por parte do excursionista.
Vista da descida do Pico do Cristal. Após descer, contorna-se o morro da frente pela face direita, para se ter acesso ao Pico do Calçado.
Ultrapassada esta etapa, a caminhada até o Pico do Calçado é bem tranquila e rápida, e com uma bela vista da parte capixaba do Parque e do Pico da Bandeira.
A etapa seguinte, do Pico do Calçado até o Pico da Bandeira, estava bem sinalizada e rápida, mesmo na parte final, que é relativamente íngrime (foto abaixo).
Últimos metros de subida para o Pico da Bandeira.
Com o objetivo atingido, que era de fazer os cumes dos três picos no mesmo dia, pudemos descansar um pouco mais para apreciar a paisagem e repor a energia, pois, neste momento, já havíamos completado aproximadamente 8 horas de caminhada.
Quanto à vista, acredito que o mais bonito seja o visual que se tem do Pico do Crital (foto abaixo). Deste ponto foi possível ver o porquê de a subida do Cristal exigiu tanto esforço físico.

Pico do Crital (ao fundo) visto a partir do Pico da Bandeira.
Nesse momento, veio à mente o motivo pelo qual todo o esforço de caminhadas como essas valem a pena: o silêncio lá em cima, a 2.892 metros de altitude é incrível! Não se ouve nada que lembre a paranóia civilização!
Mas, como todo montanhista vive em função do tempo e do sol, e já era fim de tarde, resolvemos iniciar nossa caminhada de retorno para chegar ao Terreirão ainda com luz do dia e apenas usar lanternas no último trecho, ou seja, Terreirão - Tronqueira.
O trecho de descida do Pico da Bandeira até o Terreirão, para quem já caminhou tanto, é bem desgastante por ser pecorrido quase todo em leito de pedra, com um grau acentuado de erosão (foto abaixo).
Trecho da trilha entre o Pico da Bandeira e o camping do Terreirão. Na pedra pode ser vista uma das sinalizações indicativas do caminho, em amarelo.
Como previsto, chegamos ao Terreirão com os últimos raios de sol e fizemos uma parada para arrumar as lanternas e eu, em razão do frio que já começava a incomodar, resolvi seguir o último trecho vestindo o meu anorak, não só para evitar perda de calor, como também para se proteger do que parecia ser uma fina garoa.
A nossa única falha neste trecho foi o fato de termos levado apenas headlamps, que, apesar de muito práticas, iluminam menos do que as tradicionais lanternas de mão. Mesmo assim, foi uma caminhada bem tranquila e rápida.
Chegamos à Tronqueira por volta das 19:30Hs e trocamos algumas informações com um grupo de excursionista que aguardava o avançar das horas para iniciar a caminhada de súbida para ver o raiar do sol no Pico da Bandeira.
Ao descermos de carro a partir da Tronqueira, fomos parados na saída do Parque e o guarda florestal responsável pela vigilância do Parque que, de forma educada, pediu para revistar o carro antes de saírmos, explicando ser necessário para evitar tráfico de exemplares de flora e de fauna. Fiquei positivamente surpreso, pois a Administração Pública deve efetivamente zelar pela integridade um local de natureza tão rica, para que as futuras gerações possam ter o mesmo privilégio que tive de caminhar na Serra do Caparaó.
Depois de aproximadamente onze horas caminhando, apesar do excelente estado de espírito, estávamos fisicamente esgotados, mas, mesmo assim, decidimos iniciar o nosso retorno para o Rio na mesma noite, parando para pernoite o mais próximo possível do Rio de Janeiro, para ainda aproveitarmos o domingo com as respectivas famílias.
Porém, antes de pegarmos a estrada de volta, tínhamos que parar para nos alimentar com algo que não fosse embalado em "saquinhos", como castanhas, barras de cereais etc. Nada melhor do uma pizza gigante e dois litros de coca-cola.
Ainda no restaurante trocamos algumas informações sobre a caminhada com o dono do estabalecimento, que nos relatou que havia tentado percorrer a mesma trilha que nós, mas que desistiu no meio do caminho em razão da dificuldade para transpor a vegetação.
Tomamos a estrada de volta ao Rio por volta das 21:30hs e, por razões de segurança, paramos para pernoite em Além Paraíba/MG, retomando a viagem no dia seguinte logo cedo, o que possibilitou a nossa chegada no meio da manhã de domingo, dia 25/04/2010.
Caso você tenha interesse de fazer esta caminhada, vão algumas dicas:
(1) Há necessidade de fazer reserva de entrada junto à administração do Parque Nacional. Maiores informações podem ser obtidas no site oficial do parque, já relacionado nesta matéria;
(2) A caminhada é realmente muito pesada, não só pela distância a ser percorrida, mas também pela altitude média acima dos 2.600 metros, ponto a partir do qual há risco de sintomas moderados de "Mal da Montanha", conforme relatos de alguns sites especializados em montanhismo. A respeito da altitude, um fenômeno interessante que ocorre nos pacotes de biscoitos fechados, por causa da expasão dos gases dentro das embalagens pela diminuição da pressão externa, é o fato de chegarem ao cume do Pico do Cristal parecendo balões a ponto de explodir;
(3) É aconselhável levar pelo menos 6 litro de líquido. Utilizei 4,5 litros de água mineral e 1,5 litro de repositor isotônico ao longo das onze horas de caminhada;
(4) Como o gasto energético é muito grande, é aconselhável levar alimentos ricos em carboitrados;
(5) Não deixe de levar boné, protetor solar, agasalho e anorak. Durante o dia, mesmo nos dias menos quentes, o sol é inclemente por causa da altitude. As noites costumam ser frias, mesmo nas partes mais baixas do Parque, como o camping da Tronqueira, por exemplo;
(6) Se for caminhar do Terreirão direto para o Pico do Cristal, aconselho que antes consulte a direção do Parque para se informar sobre as condições da trilha, que pode estar com a vegetação ainda mais fechada, impedindo o prosseguimento pela mesma. Nesse trecho da caminhada um GPS ajuda bastante, principamente para localizar o ponto da acesso da trilha de subida do Pico do Cristal em sua face noroeste, após cruzar o Rio Caparaó; e
(7) Por fim, o período de inverno é o melhor para caminhar, pois o clima é bem menos chuvoso neste período do ano.
No mais, caso você deseje conhecer a Serra do Caparaó, tenha certeza de que o esforço da caminhada realmente compensa. Afinal, são poucos os lugares nos quais podem acessados três dos sete maiores picos do Brasil em apenas um dia e com relativa facilidade.
Outras fotos foram postadas no Picasa: http://picasaweb.google.com/108300806397402382091/CircuitoDosPicosDoCristalDoCalcadoEDaBandeira#
Abs para todos e até a próxima!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Notícias - Meia Maratona Faz um 21 - Niterói/RJ - 28/11/2010


Essa é uma notícia para quem gosta corrida de rua e tem vontade correr algum circuito diferente dos que tradicionalmente são feitos no Aterro do Flamengo, no Rio.
No dia 28/11/2010, em Niterói/RJ, ocorrerá a "Meia Maratona Faz um 21", patrocinada pela Embratel e com apoio da Prefeitura Municipal da citada cidade.
Será uma corrida de duplas, em que os participantes de cada equipe largarão juntos da Concha Acústica de Niterói com destino à Estação de Catamarãs de Charitas, totalizando um percurso de 10,5 Km para cada corredor. O tempo da dupla será a soma do tempo indivual de cada um de seus participantes.
Além do belo visual, já que a corrida será ao longo da Orla de Niterói, passando pelo Gragoatá, MAC, Praias das Flexas, de Icaraí, de São Francisco e de Charitas, haverá premiação em dinheiro para as três primeiras duplas nas caterorias masculino e femino, além da entrega das tradicionais medalhas de finisher para os participantes que concluírem o trajeto.
Porém, se você tem interesse em participar desta corrida, é bom "correr" para se inscrever, pois as incrições encerram-se no dia 24/11/2010, estando limitadas ao máximo de 1.000 (um mil) participantes.
O valor da inscrição é bem atraente: apenas R$ 21,00 para cada participante, ou seja, R$ 42,00 para a dupla, que está bem abaixo do que habitualmente se paga para participar de outros circuitos de corrida.
Maiores informações sobre a corrida e sobre as inscrições podem ser obtidas no site oficial do evento: http://www.meiamaratonafazum21.com.br/.
Então, nos vemos ao longo da orla de Niterói no dia 28 de novembro.
Abs para todos e até a próxima.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Caminhadas - Forte do Leme - Rio de Janeiro/RJ - 27/09/2009

Entrada da fortificação no alto do Morro do Leme.
A máxima que diz que se deve passar pelo purgatório para se chegar ao paraíso nem sempre corresponde à realidade. Pelo menos em termos de caminhadas no Rio de Janeiro...
Exemplo disso é a caminhada até o alto do Forte do Leme (também denominado Forte do Vigia ou Forte Duque de Caxias), situado na praia do Leme.
Confesso que, apesar de ser carioca e  de já ter ouvido falar dessa fortificação, eu não tinha a menor idéia de que ela fosse aberta à visitação, que seu acesso fosse fácil (pouco íngrime e calçado!), e que, além de tudo, tivesse uma belíssima vista de vários pontos turísticos do Rio de Janeiro.
Você acha que terminaram as boas notícias?
Se você respondeu afirmativamente, lamento informar-lhe que você se enganou.
Além de tudo, é uma caminhada extremamente segura, pois todo o caminho é feito dentro uma área do Exército, dispondo, inclusive, de estacionamento fechado reservado para os visitantes do Forte.
Ou seja, esta caminhada é perfeita para ser feita com a sua família, mesmo se você tiver filhos pequenos, como eu, que fiz com o meu filho que, na época, tinha aproximadamente três anos e meio (mesmo assim, se você achar melhor não subir a pé, é possível optar pelo uso de uma van do exército que percorre esse trajeto em dois horários diferentes, mediante o pagamento de uma pequena tarifa). 
O passeio tem início no final da Praia do Leme e segue uma estrada de paralelepípedos de aproximadamente 800 metros até o ponto mais alto do Morro do Leme, onde está instalado o Forte.
Acompanhado por crianças pequenas, a caminhada dura aproximadamente 40 minutos e o caminho, por si só, já pode ser considerado um espetáculo. Ao longo dele é possivel admirar a vista da Fortaleza de Santa Cruz e das praias dos Fortes Imbuhy e Rio Branco - estes localizados em Niterói - e da Ilha de Cotunduba, além de plantas e animais (especialmente micos, para a alegria da garotada).
Já no alto do Morro do Leme, tem-se acesso à fortificação propriamente dita, composta por diversos pátios guarnecidos por canhões alemães do início do século passado, todos em excelente estado de conservação. Um verdadeiro paraíso para a imaginação fértil da criançada!
E, para quem não liga para história, mas não resiste a uma bela paisagem, vem o melhor do passeio: a vista completa das Praias do Leme e de Copacabana (foto abaixo) e também do Morro do Pão de Açúcar, por exemplo (outras fotos no Picasa: http://picasaweb.google.com.br/108300806397402382091/ForteDoLeme#)!

Vista para as Praias do Leme e de Copacaba. À esquerda, vê-se o Forte de Copacabana (também uma excelente opção para visitação).
Pelas fotos desta postagem e do site, acho muito difícil que você não tenha se sentido tentado a fazer esta caminhada. Então, reúna a sua família e os seus amigos e ponha-se a caminhar!
Como não podia deixar de ser, vão algumas dicas:
- Procure chegar cedo, principalmente no verão, pois o clima ameno torna a caminhada mais agradável e menos cansativa para a criançada;
- Como em grande parte do caminho há exposição ao sol, apesar da vegetação, é recomendável o uso de protetor solar;
- E, por fim, aconselho levar pelo menos 1 litro de água por pessoa e lanche. Ao longo do caminho, como já falei, há vários pontos onde a vista é fantástica, valendo dar uma parada para admirá-la, sendo, ainda, uma ótima oportunidade para reidratar e repor a energia da garotada - apesar da certeza de que, com tantas novidades, as crianças só sentirão o cansaço no fim do passeio, após a volta.
Maiores informações sobre horários, tarifas e história desta fortificação podem ser obtidas no site oficial do Exército Brasileiro, no seguinte endereço: http://www.exercito.gov.br/01inst/Historia/Fortes/vigia.htm.
É isso.
Abs para todos e até a próxima!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Canoagem - Remada ao Forte da Lage - Rio de Janeiro - 19/09/2009

Portal de entrada do Forte da Lage.
Nessa postagem vai a dica de um passeio pouco convencional, que é a remada ao Forte da Lage (Aqui cabe uma observação: apesar de a escrita correta ser "laje", nesta postagem faço uso da palavra "lage" apenas em respeito à denominação da fortificação, constante no portal de entrada da mesma - foto acima), uma fortificação construída no meio da saída da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro/RJ, a aproximadamente 2,5Km da Praia da Urca (nosso ponto de partida).
Rota em vermelho, com partida da Praia da Urca e destino para o Forte da Lage (2,5Km).

Praticamente, a história deste roteiro tem início entre o final de agosto e início de setembro de 2009, quando Marcia Moura, guia do Clube Excursionista Light (CEL), incluiu esta prancheta no site do clube. Independente de maiores informações, a prancheta nada convencional rapidamente atingiu o número de participantes previstos.
Apesar da programação ter sido coordenada pela guia do CEL, quem guiou a remada foram integrantes do Clube Carioca de Canoagem (http://www.clubecariocadecanoagem.com.br/), que têm grande prática nesta atividade.
Nossa primeira tentativa de remada até o Forte foi frustrada, em razão das más condições do mar na data prevista para a empreitada.
A remada só foi possível na semana seguinte à primeira tentativa, ou seja, dia 19/09/2009. Neste dia, ao chegarmos na Praia da Urca antes das 08:00Hs, encontramos um dia nublado, mas com pouco vento, razão pela qual o mar estava extremamente calmo.
Com um pouco de atraso, iniciamos a nossa remada divididos em 11 caiaques. Por questões de segurança, seguimos todos agrupados, margeando a orla da Urca até chegarmos à altura do Forte São João, ponto a partir do qual nós passamos a remar entre a Baía de Guanabara, à nossa esquerda,  e o mar aberto, à nossa direita.
Após pouco mais de uma hora remando, finalmente chegamos à laje na qual está construída a fortificação. Foi aí que começaram os momentos mais curiosos deste dia. Em primeiro lugar, os caiaques não puderam ficar amarrados próximos à laje, porque corriam o risco de serem danificados pela rocha por causa do movimento das ondas. Então, para amarrá-los, tivemos que laçar, ainda sentados nos caiaques, um pier que se projeta para cima da Baía de Guanabara a uma altura de 2,5 metros. Depois disso, não houve outro jeito de subir no Forte, a não ser nadando do local onde os caiques foram amarrados até uma escada encravada na rocha. A descida do caiaque, para quem  não tem hábito, se resume à certeza de que ele vai virar e de que você terá que se controlar para não se desesperar nesse momento. Conosco foi assim. Quase todos viraram com os caiaques no momento do desembraque. A escada de acesso merece comentários à parte, pois, com a maré baixa, o primeiro degrau estava um tanto alto, sendo necessária uma pequena "escalada" para alcançá-lo.
Ultrapassados esses pequenos obstáculos, tivemos acesso ao Forte, tanto à parte externa quanto à interna.
Apesar de muito degradado pela ação do tempo e, especialmente pela oxidação causada pela água salgada, o Forte da Lage é um excelente local para visitação, pois é possível admirar alguns pontos turísticos (Pão de Açúcar, Fortaleza de Santa Cruz e Forte São João) através de uma perspectiva diferente (outras fotos no link http://picasaweb.google.com.br/108300806397402382091/ForteDaLage#).
Após fazermos uma breve exploração do local, tirarmos nossas fotos e fazermos um lanche para repor a energia, reiniciamos a nossa remada de volta para a Praia da Urca, onde encerramos a nossa prancheta com a certeza de que fizemos algo simplesmente incomum para a maioria das pessoa, apesar da proximidade do Forte com as cidades de Niterói e do Rio de Janeiro.
Caso você tenha interesse em fazer este passeio, vão algumas dicas:
- Sempre contrate um guia especializado em canoagem que conheça a região. Vale ressaltar que esta é a forma mais segura de fazer este passeio, pois a saída da Baía de Guanabara concentra fortes correntezas que não devem ser enfrentadas sem a ajuda de alguém que tenha muita prática;
- Nunca deixe de usar colete salva-vidas, mesmo que você saiba nadar bem. Além de ajudá-lo a flutuar caso o caiaque vire, ele serve ainda para ajudar que outras embarcações maiores e mais rápidas o visualizem com mais facilidade. Não custa lembrar que o trecho entre o Forte da Lage e o Forte São João, nos fins-de-semana e feriados, é muito utilizado como passagem de lanchas que entram e saem da Baía de Guanabara com velocidades relativamente altas e que podem ter dificuldade para enxergar um caiaque, que além de pequeno, muitas vezes chega a desaparecer em meio às ondulações sempre presentes na região, mesmo em dias de mar calmo;
- Ao longo da remada, com certeza, você irá se molhar. Por essa razão, todos os seus documentos, alimentos e equipamentos devem estar protegidos em bolsas ou caixas-estanques. Uma boa alternativa para quem usa whey protein é utilizar um pote deste tipo de suplemento alimentar como caixa-estanque;
- Se você fizer o passeio decidido a visitar o Forte, e não apenas remar até lá, aconselho que vá calçado com uma sandália do tipo papete ou um tênis velho, pois a escada de acesso ao Forte é incrustada de cracas, que geram cortes que normalmente acabam inflamando e deixando cicatrizes;
- Considerando o mau estado de consevação do Forte, vale a recomendação de que, antes de acessar a parte interna do forte ou a superior, sejam verificadas as condições das escadas de acesso e das demais estruturas. Na ocasião em que estivemos no Forte, a escada que dá acesso à parte superior já estava bem comprometida e a estávamos utilizando com apenas uma pessoa por vez.
- Se for visitar a parte interna, não se esqueça de levar lanterna, pois lá dentro a escuridão é total, já que não há janelas no Forte.
- Verifique previamente a previsão do mar. Se houver possibilidade de ressaca, não faça o passeio. O Forte da Lage, nessa condições, é atigido por ondas grandes. Em abril de 2010 foram registradas ondas de 4 metros na região, como foi noticiado no Fantástico e no site Rico Surf! (http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1565612-15605,00-SURFISTAS%20APROVEITAM%20RESSACA%20COM%20ONDAS%20ENORMES%20NO%20RIO.html / http://ricosurf.globo.com/NoticiasRicosurf2.asp?id=11831
De resto, fica o desejo de um bom passeio, caso resolva fazê-lo algum dia.
Abs para todos e até a próxima!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Notícias - 10ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha - de 21 a 24 de Outubro de 2010

Aí vai uma boa dica de programação para que gosta de montanhismo, canoagem, mergulho, slackline, montainboard, ciclismo etc., e até mesmo para que não gosta de nada disso, mas curte atividades culturais e bons filmes.
Entre os dias 21 e 24 deste mês, no Cinema Odeon Petrobrás, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro, ocorrerá a 10ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha.
Além de filmes (longas e curtas-metragens) relacionados aos espostes acima mencionados, haverá, ainda, exposição de fotos, lançamento de Guia da Ilha Grande e uma festa no dia 23.
No site oficial - http://www.filmesdemontanha.com.br/ -, além de toda a programação do evento, é também possível conferir um trailer do filme "Nanga Parbat", uma produção em parceria entre Paquistão e Alemanha, que relata a história verídica de dois irmãos que lutam pela própria sobrevivência durante a conquita do cume da montanha que dá nome ao filme, situada na Cordilheira do Himalaia.
Depois de assistir esse trailer, acho difícil você pensar em perder o evento.
Abs para todos e até a próxima!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Caminhadas - Pedra do Sino - Teresópolis/RJ - 01/08/2009


Nas postagens não poderia faltar relato da caminhada para a Pedra do Sino (2.275m de altitude), que é parte do trajeto da Travessia Petrópolis-Teresópolis, umas das mais famosas travessias longas do Brasil.
Trata-se de uma caminhada classificada com nível de dificuldade entre moderado a pesado, classificação esta que eu atribuo não ao desnível de aproximadamente 1.175 metros entre a sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos em Teresópolis e o cume da Pedra do Sino, mas sim pela distância entre os dois pontos - 11 Km.
Para a visitação a este pico podem ser adotados dois procedimentos: o primeiro é a caminhada com pernoite, podendo ser utilizado o Abrigo 4 ou o camping ao lado deste abrigo, ou o segundo que é o "bate-e-volta", totalizando, nesse caso, 22Km de caminhada durante aproximadamente 8 horas.
Quando a idéia desta caminhada surgiu, era um projeto para ser cumprido com 5 amigos, com pernoite no Abrigo 4, que oferece uma excelente estrutura com banheiros, cozinha e 3 quartos (sendo dois mobiliados para seis pessoal em cada - inclusive com colchões - e um quarto para até 15 pessoas, no qual se deve utilizar saco de dormir).
A caminhada ficou agendada para 01/08/2010 e começamos a nos mobilizar com um mês e meio de antecedência, em especial para poder reservar o pernoite no Abrigo 4, que costuma ser sempre muito procurado, principalmente nos períodos de férias e feriados. A compra dos ingressos para o acesso à trilha apenas poderia ser feita com uma semana de antecedência, por conta de regra interna do PARNASO.
Muita programação, muita antecedência, uma epidemia de gripe suína próximo ao período da empreitada, e apenas eu permaci firme na intenção de fazer a caminhada.
Dia 01/08/2009, saí cedo de casa para poder iniciar a caminhada por volta das 08:00Hs. Confesso que o caminho da minha casa até Teresópolis não foi muito animado, pois todo o trajeto de carro até quase a chegada do PARNASO foi feito em meio a nevoeiro decorrente do final de uma frente fria que passava pelo Rio. Aí vale uma observação que eu acredito ser comum a todo excursionista: quando se faz uma caminhada acompanhado por amigos, ver alguma paisagem ao fim não é muito relevante, mas, normalmente, se você se dispõe a caminhar sozinho, a paisagem passa a ser o ponto mais importante da caminhada.
Porém, a sorte estava ao meu lado. Ao chegar próximo ao fim da Rio-Teresópolis, fui contemplado pelo sol em um dia de céu azul. O nevoeiro estava concentrado apenas nas partes baixas da estrada.
Como previsto, às 08:00Hs em ponto, após estacionar o carro em frente à "pousada" (o estacionamento na barragem estava proibido para pernoite), iniciei a minha caminhada.
Pensei encontrar a trilha lotada por conta do período de férias, mas parece que a frente fria que se despedia e o nevoeiro que encobria o Rio espantaram o pessoal. Apenas para não dizer que não encontrei ninguém ao longo do caminho, havia um grupo com 3 cadetes de alguma escola militar se preparando para subir a trilha e, no meio do caminho, passei por dois grupos de turistas estrangeiros caminhando em sentido oposto o meu (pela quantidade de carga, acredito que tenham feito a Travessia Petrô-Terê).
Apesar da minha mochila estar pesada com roupa para pernoite, alimentos, saco de dormir e isolante térmico, além de outros itens básicos para caminhada, consegui concluir o trajeto até o Abrigo 4 em 3:30hs. Logo que cheguei, deixei a mochila ali e segui para o cume da Pedra do Sino, totalizando mais 20 minutos de caminhada.
Como o frio que estava fazendo lá em cima, apesar de serem 11:50Hs e de estar usando um casaco, tratei de tirar rapidamente as fotos que eu pretendia e retornei para o Abrigo para fazer aquele Miojo clássico, que desceu muito bem depois da longa caminhada.
Novamente olhei o relógio: 13:15Hs... E eu só consegui pernoite no quarto coletivo para 15 pessoas em pleno surto de gripe suína... Como o sol iria se por volta das 17:30Hs, decidi não ficar e retornar no mesmo mesmo dia, transformando o pernoite em um "bate-e-volta", só que com a mochila carregada de coisas que eu não teria levado se tivesse decidido anteriormente que não ficaria lá em cima.
A volta foi tranquila, mas devo admitir que, ao longo do caminho, só pensava que quem inventou o ditado de que "para descer todo santo ajuda" jamais fez trilha. Ele deve ter chegado a essa conclusão descendo uma ladeira de carro ou admirindo uma maçã cair em queda livre de uma macieira.
Por conta da erosão em várias partes da trilha, a descida se tornou muito mais pesada do que a subida, em especial para os joelhos.
Mas, de qualquer forma, após 3:15hs horas de descida, cheguei novamente à "pousada" com a sensação da missão cumprida. Após esta caminhada, pude entender porque Von Martius (um naturalista que percorreu 10 mil quilômetros do Brasil no início do século XIX, catalogando a fauna e flora brasileira) afirmou que Embora eu tenha visto em outras partes do Brasil muitas e variadas florestas primitivas, nenhuma me pareceu mais bela e mais amena do que aquelas que, perto da cidade do Rio de Janeiro e recobrindo as encostas dos montes que recebem o nome de Serra do Mar [Serra dos Órgãos], se estendem por boa parte desta província de São Sebastião. Estas florestas me agradaram muito mais que as outras e ficaram para sempre gravadas no meu espírito, não só porque fossem primitivas e, com isso, um presente para os meus olhos espantados, mas na verdade porque excedem em beleza e suavidade.”
Se você gostou do que leu e das fotos que estão postadas no link http://picasaweb.google.com.br/108300806397402382091/PedraDoSino#, programe-se e caminhe.
Abaixo vão algumas dicas importante:
- Caminhe com calma, sem pressa, pois há sempre coisas interessantes para ver ao longo do caminho (principalmente a flora nativa. Animais são sempre mais difíceis, apesar de ouvi-los ao longo de todo o caminho);
- Além do material básico para caminhadas, jamais se esqueça de levar agasalhos e anorak (mesmo com previsão de tempo bom, pois a região é fria - especialmente no inverno - e pode haver mudanças repentinas no tempo);
- Concluí a caminhada de subida com 2,5 litros de água e reabasteci as garrafas no Abrigo 4 na descida. A quantidade de água foi exata, acabando um pouco antes da conclusão das etapas de subida e descida). Sendo assim, aconselho aos que costumam sentir mais sede que levem mais água, pois nem sempre os rios no percurso estão com volume de água suficiente, deixando a água com aparência ruim para o consumo;
- Mesmo que você vá fazer um "bate-e-volta", vale a pena levar um Miojo, ou qualquer outra coisa que lhe agrade, para preparar na cozinha do Abrigo 4. Apesar de cobrar uma pequena taxa pelo uso do gás (que é levado no ombro pelo funcionário do Parque, ao longo de 11Km), vale a pena, pois dá uma energia extra para a descida;
- É aconselhável fazer a reserva do Abrigo com uma boa antecedência, em razão da procura por este tipo de acomodação. Já a entrada do Parque e a da trilha podem ser compradas com uma semana de antecedência (é aconselhável que já no dia da compra dos ingressos seja entregue o termo de responsabilidade exigido pelo parque), valendo observar que geralmente o ingresso da trilha já está esgotado quando se tenta comprá-lo no dia da caminhada.
- Até pouco tempo atrás, os quartos mobiliados do Abrigo, apesar de disporem até de colchões, não possuíam roupas de cama, que deveriam ser levadas pelo usuário. Aconselho levar logo um saco de dormir para usar sobre o colchão, já que é mais fácil e mais leve para transportar do que lençóis e cobertores;
- Apesar de a trilha ser bem definida (vide fotos postadas no picasa - site acima), se você não está acostumado a fazer caminhadas deste tipo, aconselha-se a contratação de um guia profissional, que poderá não só orientá-lo a respeito do caminho, mas também passar informações interessantes sobre o relevo, flora e fauna locais (vide indicações do site do PARNASO ou da Associação de Guais Profissionais do Rio de Janeiro - http://www.aguiperj.org.br/homologcondutores.htm);
- o link a seguir apresenta um croqui bem interessante para a caminhada: http://www.trilhaecia.com.br/mapas/9421travessiapetrotere2.jpg;
- Maiores informações podem ser obtidas no site do ICMBio/Parnaso: http://www4.icmbio.gov.br/parnaso/.
Abs a todos e até a próxima!

domingo, 10 de outubro de 2010

Notícias - Ventania de 07/10 atinge as Sedes de Teresópolis e Guapirim/RJ do PARNASO.


"As Sedes Teresópolis e Guapimirim do Parque Nacional da Serra dos Órgãos foram atingidas, na última quinta-feira,  dia 07/10/2010, por fortes ventos decorrentes da entrada de uma frente fria no estado. Ventos de até 73 km/h foram registrados pela estação meteorológica do INMET instalada na Sede Teresópolis.
    Os fortes ventos derrubaram inúmeras árvores nas áreas administrativa e de visitação do parque, destelharam prédios administrativos e residências funcionais e destruíram o toldo da sede administrativa do parque. Os prejuízos ainda estão sendo calculados.
    No entorno do parque, os prejuízos também foram grandes. Muitas árvores caíram, interrompendo o trânsito na Avenida Rotariana, que dá acesso o principal a cidade de Teresópolis e para o PARNASO.  O fornecimento de eletricidade e telefonia também foi interrompido em parte da cidade, afetando o parque, que permanecia sem telefone e internet na sexta feira.
    Os brigadistas e a equipe de manutenção do PARNASO começaram os trabalhos de recuperação logo após o fim da ventania, trabalhando em conjunto com a Defesa Civil de Teresópolis para liberar o trânsito da Av. Rotariana e para liberar os acessos e áreas de visitação do parque.
    O PARNASO abrirá normalmente à visitação neste feriado, mas  pede a compreensão dos visitantes, que ainda poderão encontrar galhos caídos nos caminhos, devido ao grande volume de material derrubado pela ventania".

sábado, 9 de outubro de 2010

Caminhadas - Morro do Cobiçado - Petrópolis/RJ - 06/06/2009

Nada mais apropriado para começar a postagem neste blog do que relatar esta minha primeira caminhada. Primeiro porque foi um retorno ao contato com a natureza (nem sempre fui advogado, trancado em escritórios. Cheguei a cursar 3 anos de geologia... Não tem jeito, isso fica no sangue!). Em segundo lugar porque foi o meio pelo qual tive meu primeiro contato com o CEL (Clube Excursionista Light), no qual me encontro até hoje.
Pois bem, a realidade é que o meu retorno a esse tipo de atividade ao ar livre ocorreu após um passeio de bicicleta no qual o guia que me acompanhava relatou a experiência de travessias de Petrópolis a Teresópolis através da Serra dos Órgãos.
Após essa conversa, fiquei curioso em obter mais informações a respeito dessa travessia e, pesquisando na internet, acabei localizando o site do CEL (que já está postado no blog, juntamente com os de outros sites de clubes de excursionismo do Rio de Janeiro), no qual constava em seu informativo de atividades uma caminhada para o Morro do Cobiçado, no município de Petrópolis/RJ.
Entrei em contato e verifiquei os detalhes para a caminhada.
Ainda bem cedo, o grupo se encontrou no ponto marcado no Rio e rumou para Petrópolis, com direito a uma parada na Pavelka, para reforçar o café da manhã antes de colocar as pernas em movimento.
A caminhada é classificada como moderada. O seu início é suave, respeitando as curvas de nível do terreno, mas os últimos trechos são relativamente pesados, pois passam a cortar o relevo em direção ao cume quase em linha reta. Portanto, é bom ter algum condicionamento físico para a empreitada...
Mas devo confessar - principalmente para quem não tem um excelente preparo físico - que o esforço vale a pena! Do alto, com facilidade se avista a cidade de Petrópolis, além de incontáveis outras montanhas que compõem a Serra dos Órgãos.
A duração aproximada da caminhada foi de 2 horas para subir e 1 hora e 30 minutos para descer, pois tínhamos um grupo bem heterogêneo, tanto quanto ao preparo físico quanto à idade.
Quem um dia se interessar por fazer esta caminhada, aconselho que, além do básico (lanche, material básico de primeiros socorros e anorak), leve pelo menos 3 litros de água, protetor solar e boné. Como de costume, o melhor período para a caminhada é no inverno, pois o tempo, além de mais ameno, está menos sujeito à ocorrência dos temporais que são comuns nos fins das tardes de verão naquela região.
No mais, como turista na região, ao voltar para o Rio, vale outro conselho meu: dar uma parada na Casa do Alemão, na Washigton Luiz, para comer pão com liguiça acompanhado de Coca-Cola. Depois dessa caminha, o seu estômago agradecerá este mimo!
Obs.: outras fotos podem ser vistas no seguinte link: http://picasaweb.google.com.br/108300806397402382091/MorroDoCobicado#
Abs a todos e até a próxima!